sexta-feira, 16 de julho de 2010

A contraditória proibição da Palmada Pedagógica

Não pode mais bater nos filhos. A lei pautada em meia dúzia de pais que espancam ao invés de disciplinar pode entrar em vigor.

Eu acho um desrespeito ao senso de paternidade dizer que não se pode usar da vara corretiva na educação dos filhos, contradizendo até mesmo os sábios conselhos bíblicos.

A medida visa garantir o direito de uma criança ou jovem de ser educado sem o uso de castigos corporais ou "tratamento cruel e degradante". Atualmente, a Lei 8.069, que institui o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), condena maus-tratos contra a criança e o adolescente, mas não define se os maus-tratos seriam físicos ou morais. Com o projeto, o artigo 18 passa a definir "castigo corporal" como "ação de natureza disciplinar ou punitiva com o uso da força física que resulte em dor ou lesão à criança ou adolescente". Para os infratores, as penas são advertência, encaminhamento a programas de proteção à família e orientação psicológica.

Mas já ocorre a punição a infratores de violência à criança. O que o Estado precisa diferenciar é que há os pais bêbados, loucos desvairados e violentos e os pais normais, e eu pessoalmente acho uma invasão e domínio indevido da autoridade das famílias estabelecer uma restrição no âmbito educativo. É o recomeço da ditadura ferindo o direito do livre arbítrio.

Eu já dei chineladas em minha filha. Houveram momentos em que a maturidade dela não alcançava a razão de compreender o que explicávamos, e por isso a obediência só foi alcançada através de uma chinelada. E a cada dia que passa torna-se mais raro a necessidade de bater, pois ela sabe que dói e aprendeu a respeitar quem é que manda em casa, mesmo não compreendendo em algumas vezes o por quê de nossas exigências. Hoje com 4 anos, já consegue fazer juízo de algumas coisas que com 3 não era capaz de discernir entre o certo e o errado. E o nosso amor aumenta cada dia mais, ela não tem medo de mim, mas respeito, e a nossa convivência e cumplicidade é a melhor possível.

Quem já viveu nos EUA sabe como são as crianças de lá, protegidas pela lei proibitiva de palmadas e verdadeiros carrascos dos próprios pais. Lá quem manda é o filho, e os pais que não se fazem vencer pela conversa, amargam a conviver com os caprichos e desejos desmedidos do filho tinhoso do nascimento até a adolescência. É só assistir aos filmes e ver o frio relacionamento entre pais e filhos. Não há respeito mútuo. Pais de saco cheio que não vêm a hora de mandar seus filhos para uma faculdade bem longe de casa.

"A definição proposta se aplica não só para o ambiente doméstico, mas também para os demais cuidadores de crianças e adolescentes - na escola, nos abrigos, nas unidades de internação. O projeto busca uma mudança cultural", diz a subsecretária nacional de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente, Carmen Oliveira. Segundo ela, "1/3 das denúncias no Disque 100 refere-se à violência doméstica, seja na forma de negligência ou de maus tratos".

Concordo em 100% que a criança sob pretexto nenhum pode receber alguma agressão física de um terceiro, seja ele quem for e em qual circunstância. Mas acho que a palmada dada pelos pais não pode ser proibida, mas conscientizada sobre "como" e "quando" proceder.

Se o governo está preocupado com a educação dos filhos deveria implantar um rigoroso programa de treinamento e educação para os pais, obrigando todos os que registram uma criança em cartório a frequentar as aulas de psico-pedagogia e orientação educacional. Com isso, ao invés de mobilizar um exército de delegados e promotores para cuidar de agressores depois que o fato já foi consumado, poderiam mobilizar um exército de educadores para dar instruções e conduzir os pais a uma educação focada no amor, na coerência e nos valores humanitários, preparando seus filhos para serem cidadãos justos e maduros.

Está feito o meu desabafo. Acho o governo brasileiro medíocre porque não atua sobre as causas, mas sobre os efeitos.

13 comentários:

  1. O Brasil esta seguindo uma tendência mundial e duvido que quem votou sabe exatamente o que votou.
    Eu e vc nunca seriamos contra a uma lei séria e com base em fundamentos solidos dentro da formação e desenvolvimento psicologico de cada criança, mas quando lemos a lei que foi votada percebemos que não passou de mais uma lei e que para quem votou pouca importancia tem seus desdobramentos.
    Bjs.

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  4. Acho que você usou o termo perfeito: invasão! É de fato uma invasão sobre o direito de paternidade, pois deveria ser uma escolha dos pais o caminho seguido pra educar seus filhos. E obviamente espancá-los não está entre esses direitos.
    A impressão que se tem é que esse povo não tem muito o que fazer e fica inventando moda pra "causar".

    Bom fim de semana, Adriano.
    Beijo.

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  5. Eu, que não sou o dono do conhecimento, busco em minhas limitações aprender sempre algo mais com a leitura específica e com a experiência dos outros. Lembro-me de já ter apanhado, assim que meu pai chegou do trabalho, por ter quebrado a agulha de um toca disco, palmada essa que não serviu de nada pois o erro já havia ocorrido por pura ingenuidade. Uma criança saberia que aquilo alí quebra fácil? Aí sim caberia a conversa, a bronca e até o castigo do brinquedo recolhido.

    Mas há situações de desobediência e desrespeito contínou em que o momento te obriga a um beliscão para frear a euforia ou a petulância da criança em não te dar ouvidos. Meu pai já teve que parar o carro para uma cintada em mim e no meu irmão por excesso de bagunça e desobediência. Essa sim muito merecida...

    Eu comprei vários livros sócio-educativos, e um deles chama-se "Domando sua ferinha". Ensina todos os truques para uma boa educação, inclusive a hora certa de uma palmada e até como fazê-la.

    Educar é uma ciência, e ninguém nasce sabendo. Por isso acho que a lei contra a Palmada é contraditória, pois antes dela deveria haver o treinamento sobre educação de filhos. Punir depois de espancar é o mesmo que prender depois de matar... não desfaz o que já foi feito e não garante que não será feito de novo.

    O tema segue aberto para críticas e sugestões!

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  6. OLá,Adriano!

    A 'palmada pedagógica' ensina a criança a ter limites.
    Claro,que não deve ser um ato vexatório ou muito agressivo,mas sou defensora.
    Como educadora afirmo que os alunos tem crescido sem o respeito devido ao fato de não serem corrigidos.
    Se analizarmos,as crianças de antigamente eram corrigidas com palmadas e o saldo era positivo,entretanto,os menores da 'modernidade' são amplamente protegidos e crescem com a noção de que o mundo se submete a vontade delas.Ainda temos o mal fadado estatuto da criança e do adolescente que respalda os maus hábitos.
    A Bíblia ensina a corrigir com a 'vara',acredito firmemente.
    Abraços e ótimo final de semana!

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  9. OI, Adriano, td bem?
    Concordo com você, meu pai nunca foi de bater,mas me lembro de algumas palmadinhas, tudo com limites, mas sabe que perdemos o limite do bem e do mal, a sociedade de uma forma geral, acho essa lei uma besteira, ou proibem ou permitem, não sabem regular, como se todos fossem uns ignorantes.

    Boa semana pra vocÊ!
    Eu estou estudando para o concurso do MPU e meu tempo anda curto, mas não me abandona que em setembro eu volto ao normal.

    Abraços!

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  10. Assunto polêmico, Adriano.

    Tomei poucas palmadinhas da minha mãe, bem merecidas e bem dadas.

    Não sei se seria capaz de chamar isso violência, mas de uma punição mais rigorosa...Nem nossos pais que amamos tanto são perfeitos.

    E na vida, a gente toma mt palmada mesmo. Super proteção é na verdade ruim para a criança.

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  11. Ditadura é isto!
    Interferência do estado na educação dos filhos! Mas, para piorar!
    Eu agradeço a todas as chineladas que levei dos meus pais, pois eram necessárias, não eram "crueldade", mas correção!
    Mas essa mentalidade de "proibido proibir" está criando cada vez mais gerações de pessoas sem princípios nem freios, que acham que podem fazer o que quiserem, sem respeitar ninguém.
    O que realmente falta é educação pública de qualidade, mas isto parece nunca ter sido prioridade de nenhum dos últimos governos deste país. Nem este governo nem os anteriores jamais investiram realmente na qualidade da educação!
    Ignorantes não progridem, serão sempre tutelados pelo paternalismo e são mais fáceis de serem comprados!
    Talvez esse o motivo!
    Felicitações pela justa bronca!

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  12. Leonel, obrigado por sua visita e opinião nesse tema que tenho investido meu tempo em debater, que é a educação do brasileiro em todos os sentidos. Você observou bem, e está mais do que claro que o foco dos governantes é manter o mais alto nível possível de alienação do povão (nesse propósito eles continuam alcançando êxito total, governo após governo), para que não reivindiquem, não debatam e não discutam, mesmo que discordem, o que é determinado lá em cima...

    Um grande abraço!
    Adriano

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  13. Adriano,
    Sou contra essa lei, por muitos motivos, de várias naturezas. No meu sentir, está havendo uma ingerência do Estado na família. Ano passado alinhavei resumidamente meu posicionamento a respeito. Deixo aqui o link pra você dar uma olhada.
    http://marliborges.blogspot.com/2010/07/por-debaixo-dos-panos.html
    Bjsssssss

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