Quando pensamos em como montar um bom currículo profissional sempre temos um modelo padrão mais ou menos universal para apresentar. Alguns recrutadores têm dicas para melhorá-lo, e eu mesmo sempre estou lendo algo a respeito para melhorar o meu e ajudar meus leitores com o deles.
Mas como tenho recebido várias buscas a respeito de modelos de currículo para professores passei a pesquisar algo a respeito. Por sorte meu irmão mais novo, Pedro Berger*, é mestre e professor em escolas particulares, e deu-me algumas dicas que me pareceram muito pertinentes.
Em primeiro lugar, o modelo de currículo não difere do convencional, e vou sugerir aos amigos que deem uma espiadinha em um texto sobre currículo que postei aqui mesmo nesse blog (clique
aqui).
Em segundo lugar, o que conta muito nesse mercado profissional de professores é a recomendação. Aqui é uma questão de marketing pessoal correndo lado a lado com a qualidade do serviço prestado, ou seja, da aula.
Mas se a recomendação de bons professores é um diferencial, o que devemos considerar então para medir o quanto um professor é bom a ponto de merecê-la? Vamos pensar nesse tema agora.
Quem é o seu cliente?
Como em qualquer prestação de serviços devemos conhecer perfeitamente bem
quem é o seu cliente, ou seja, para quem você trabalha. E essa análise é complexa, pois temos que considerar aqui o seu cliente, o cliente do seu cliente e o pai do cliente do seu cliente. Descomplicando, quem paga o salário do professor é a escola, mas quem paga a escola são os alunos (ou o pai de alunos). E nessa escala o bom professor deve satisfazer a diversas necessidades:
1 - O pai do aluno: a expectativa do pai do aluno é que ele aprenda o suficiente para passar de ano e, futuramente, no vestibular. Também espera que o professor seja capaz de envolver o aluno em sala de aula, para que ele goste de frequentar essa escola e absorva o conteúdo. O pai pode tirar o aluno de uma boa escola por causa de um professor, um aluno violento ou sádico, ou por suspeitar que alguma coisa esteja provocando o medo ou desinteresse de seu filho por essa escola. Por isso cabe a um bom professor identificar também essas questões nos seus alunos.
2 - O aluno: a expectativa do aluno é que o professor seja divertido, amigo, tenha respostas às suas perguntas e que sua aula seja legal. O aluno é uma criança, um adolescente ou um jovem que não tem ainda um senso crítico tão apurado, e tampouco uma noção das dificuldades que o esperam no futuro próximo. Por isso suas expectativas são relacionais, sensitivas e pouco racionais. Ele sabe que enfrentará um vestibular, mas sua mente trabalha ainda com uma outra preocupação mais simplista, que é passar de ano. Então, para satisfazer as expectativas do aluno sem frustrar as expectativas dos pais, o professor deve convergir as duas variáveis: dar uma aula divertida, relacionar-se amigavelmente com os alunos, tolerar e compreender certas criancices sem perder o controle da sala de aula, e ao mesmo tempo fazer com que seu conteúdo seja dado por completo, seja absorvido e que os alunos passem de ano aprendendo de fato aquilo que foi ensinado através de sua aula agradável. Não basta fazer o aluno ser aprovado com trabalhinhos extras ou com provas fáceis. O bom professor é aquele capaz de ensinar verdadeiramente, avaliar com justiça e agradar ao seu cliente-aluno.
3 - A escola: a expectativa da escola é que os pais de alunos sintam segurança quanto ao conteúdo que está sendo desenvolvido em sala de aula, que os alunos aprovados estejam verdadeiramente qualificados para a próxima etapa que os espera, e que os alunos gostem de estudar ali devido o clima de camaradagem e amizade entre eles e os professores.
Uma vez visto isso devemos saber exatamente como conduzir nossa carreira, nossa conduta profissional e nosso marketing pessoal. O marketing pessoal é o ponto chave dessa questão, pois o professor deve fazer uma auto avaliação de sua conduta, sua forma de comunicar-se e de movimentar-se diante dos alunos. Aqui deixo nova dica de leitura que o ajudará a fazer essa análise. Clique nesse
link e veja como encontrar seus próprios adjetivos para moldar-se em sua profissão.
Identificando com perfeição os seus clientes e sabendo como satisfazê-los, um bom professor saberá como desenvolver o seu trabalho a ponto de conquistar a aceitação de todos, a sua valorização profissional e sempre boas recomendações, se é que isso será necessário. Pois o professor qualificado tecnicamente e que atenda às expectativas dos 3 clientes, certamente será disputado pelas escolas e não necessitará de recomendações para conquistar o seu espaço no meio educacional.
Nota extra: convido os amigos a lerem algo sobre o professor Salman Khan, que especializou-se em aulas via internet (já possui mais de 2.700 vídeos de aproximadamente 20 minutos no Youtube), e que agora tem seu conteúdo sendo traduzido para o português e disponibilizado pela Fundação Lemman (conheça o material nesse
link). É bom conhecer o que há de novo em nosso ramo de atuação, e esse profissional e seus métodos deve ser acompanhado de perto.
Leia também outros artigos relacionados a currículo clicando aqui, e artigos relacionados a empregabilidade clicando aqui. Vale a pena conferir!!
*Crédito: Pedro Berger é professor do ensino médio no Colégio Nobel e Colégio Adventista de Maringá, iniciando-se na profissão em 2007.
Excelente, caro colega! Estarei indicando seu blog a outros educadores. Abraço, Célia.
ResponderExcluirObrigado por mais essa visita, Célia!
ResponderExcluirTenha uma ótima semana!
Adriano Berger