O primeiro ponto que analisei é o que leva ao fanatismo, e cheguei a algumas conclusões. O fanatismo é a somatória de sentimentos como Convicção, Paixão, Intolerância e Inconsequência.
Isso porque o fanático está convicto do que pensa, ele é apaixonado pela causa que acredita ou defende, é relativamente intolerante com opiniões contrárias a essa causa e não mede consequências para defender e agir em prol daquilo que o leva ao fanatismo.
Logo, devo concluir que o fanatismo é uma forma de ignorância causada pela falta de ponderação, respeito, conhecimento e quem sabe até de amor próprio...
Ora, se você se diz fanático por alguma coisa, seja partido político, religião, artista ou esporte, mas reconhece alguma característica negativa ou de inferioridade na causa que defende, então você não é fanático de fato, pois possui conhecimento do assunto e ponderou a respeito dele, chegando a uma análise contundente mesmo defendendo e apreciando essa causa.
É graças à intolerância e à inconsequência que o fanático mata e está disposto a morrer, ou pelo menos aceita expor a própria vida cegamente ao risco.
E nesse ponto é que diferencio o fanatismo religioso da fé. O fanático religioso é diferente do religioso com fé convicta nos quesitos intolerância e inconsequência. O religioso convicto acredita em algo e promove a sua fé sem interferir diretamente na vida das pessoas. Ele tem um objetivo através da causa que defende, do deus que ele segue e do destino que quer dar à sua própria vida (ou à sua alma) mediante um propósito. E quando ele segue por um caminho onde sabe dos riscos que o esperam não o faz por fanatismo, mas porque acredita que aquilo é necessário e bom para ele, mesmo que lhe custe a vida (fato que ele considera futilidade quando seu valor maior está na alma). Logo, o religioso vive pela alma e não pelo corpo, e risco para ele não é a morte, mas morrer e receber a condenação da alma por não cumprir as determinações de seu deus.
Já o fanático religioso age de forma inconsequente e intolerante, provocando ou induzindo pessoas que porventura não compartilhem da mesma fé a situações de risco. O fanático religioso age com autoritarismo e não pensa democraticamente em relação às opiniões e crenças da coletividade. Ele se sujeita a morrer desde que isso sirva para matar também pessoas que não compartilhem da sua fé ou doutrina.
Há também o fanatismo político ou ideológico, onde o fanático literalmente luta pela sua insígnia com o objetivo de impor ou implantar suas convicções perante a sociedade. Os sentimentos preponderantes desse tipo de fanatismo são a intolerância, a convicção e a paixão. Paixão cega, aliás, onde qualquer opinião em debate contrária à sua convicção é completamente ignorada.
Fanatismo portanto não tem nada a ver com meio de vida, como por exemplo alguém que optou por uma doutrina, uma dieta ou uma cultura, e a leva com disciplina. Se a pessoa defende a causa dos animais, por exemplo, e dedica sua vida para isso, esse ato não deve ser considerado fanatismo, pois não fica caracterizada a intolerância e a inconsequência.
Enfim, concluo esse pequeno contexto filosófico acreditando que o fanatismo é sim um sintoma de ignorância ou de pouca racionalidade para alguém que vive em sociedade ou coletivamente. Fanatismo não faz bem para ninguém, nem individualmente e nem coletivamente.
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