Para fins de entrosamento é nesse momento que um líder tem a ótima oportunidade de demonstrar à sua equipe quem ele realmente é como pessoa e cidadão com aspectos comportamentais que, via de regra, não consegue apresentar diariamente à sua equipe no ambiente de trabalho. É na confraternização que ele terá um momento favorável para ultrapassar a barreira da formalidade e mostrar-se como pessoa, conversar sobre assuntos pessoais, sobre família, os filhos, a sociedade, sobre viagens, experiências e conquistas pessoais, música, futebol, etc.
São nessas ocasiões que um bom líder consegue desvincular-se de seu título e posição para conquistar a admiração de seus liderados pela sua pessoa de fato, aquela que não está travestida de "chefe" para comandar pessoas de diferentes personalidades e interesses na empresa.
Na festa de confraternização é hora de dar risadas e falar um pouco de si mesmo, sentar-se com quem nunca se fez um contato mais próximo, quebrar a vergonha dos mais tímidos e aproximar-se deles, tornando mais humano o relacionamento burocrático que muitas vezes permeia as organizações
Ali você pode jogar um futebol, sinuca e ping-pong com qualquer subordinado, pode vencer e ser vencido proporcionando um momento de conhecimento lúdico de que nem sempre quem está no poder é quem domina todas técnicas. Inclusive, digo por experiência própria, é gostoso perder para um subordinado e ver no seu rosto o orgulho de vencê-lo. Isso aumenta sua autoconfiança, sua coragem, ousadia e participação nas discussões de trabalho na semana seguinte.
Mas nas festas de confraternização nem sempre é assim...
O que tenho visto além dos líderes ponderados são os líderes que se transvestem de um personagem sem limites e extravasam.
Lá começam com a cervejinha de sempre, mas bebem como se fosse a última vez. Passam do ponto, contam piadas a tarde inteira, contam travessuras que fizeram na adolescência, contam sobre suas proezas sexuais e até das asneiras que já fizeram em outras empresas.
E dão gargalhadas desmedidas e descem ao mais baixo patamar de respeito, sendo observados de longe por outros profissionais da empresa para quem começam a perder aquele resquício de admiração.
E a partir daí tudo pode acontecer: são carregados e atirados na piscina com roupa e tudo, tiram a roupa molhada e já ficam por ali mesmo só de cuecas recebendo mais cervejas na beira da piscina, e assim serão lembrados todos os dias como o gerente que fica doidão no churrasco de confraternização. Dançam na boca da garrafa, rebolam, sobem na mesa, desfilam em cima das mesas e fazem trejeitos homossexuais para ouvir as risadas (até de quem não vê graça, mas enfim, o cara é chefe, tem que rir até disso...), tudo isso porque sentem-se à cima da regra, estão no ponto e no cargo que o permitem fazer o que dá na cabeça sem que ninguém os repreendam.
Mas e o seu marketing pessoal, como é que fica? Que imagem você constrói a respeito de si mesmo em uma festa de confraternização? Você não vai ser demitido por que transformou-se em macaco no dia da festa e nem vai deixar de realizar o seu trabalho no dia seguinte. Mas será que sua autoridade, seu exemplo e seu momento de coaching junto a um colaborador problemático surtem o mesmo efeito daquele exercido por um líder ponderado?
E na qualidade de um líder que deve promover um de seus dois melhores colaboradores, você optaria por experimentar aquele com perfil pessoal mais ponderado ou aquele que extravasa nas festas?
Vale a pena pensar em tudo isso, especialmente no fato de que em uma festa de funcionários há formadores de opinião e influenciadores de todos os níveis hierárquicos, além dos familiares presentes, onde todos devem estabelecer julgamentos e valores sobre você.
Portanto meus amigos, vamos parar para pensar e ser prudentes em todos os momentos em que nossa imagem estiver sob acesso do público, mesmo naqueles momentos onde a descontração é o tema do momento. Pois no fundo no fundo, em marketing pessoal você na verdade é tudo aquilo que você parece ser aos olhos de quem te vê.
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