sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Smilingüido e a receita do seu sucesso

O marketing é uma ciência realmente fenomenal. Note que ele está presente mesmo quando não pretendemos usá-lo. E após alguns anos que uma determinada ação já vem sendo utilizada encontramos uma estratégia atrelada a ela com nome e sobrenome acadêmico, como se tivesse sido meticulosamente calculada.

Vou citar aqui o exemplo desse personagem: o Smilingüido. Segundo o site oficial, "na década de 80, nasceu no coração de alguns jovens o sonho de comunicar o amor de Deus de uma forma alegre e criativa. Nesse grupo havia uma desenhista: Márcia D´Haese, que desenhava uma formiguinha para ilustrar seus cadernos; havia também um jovem com talento para escrever: Carlos Tadeu, e muitos outros que se dispuseram a ajudar na criação das primeiras histórias. A primeira ideia de nome para a formiguinha foi Zecão, mas logo o grupo achou o nome muito pesado para um ser tão pequeno e frágil, sugeriram então o nome de Smilingüido, para dar relevância ao fato de que apesar de pequeno e frágil, ou seja "desmilingüido", o Senhor Deus poderia manifestar Seu poder e Sua grandeza. "... Porque o poder de Deus se aperfeiçoa na nossa fraqueza". II Co 12.9. Este foi o início do personagem e seu respectivo nome. De lá para cá muitos eventos importantes aconteceram como a incorporação deste ministério pela Editora Luz e Vida (1989). Desde então todos os produtos criados estão sob orientação da Editora." (leia mais clicando aqui)

Onde eu quero chegar é sobre o sucesso estrondoso desse pequeno ser que aqui no Brasil virou símbolo do cristão protestante, também chamado evangélico.

Se observarmos bem veremos que a tempos os membros de cada denominação religiosa já identificavam-se através de símbolos. É fácil reconhecer os símbolos dos praticantes do catolicismo, judaísmo, islamismo, hinduísmo, etc. Mas e os evangélicos, como é que se manifestavam? Timidamente, utilizavam (e ainda utilizam) a silhueta de um peixinho.

Mas Smilingüido chegou, e meio "sem querer-querendo" ofereceu uma forma de provocar uma identificação visual simpática e simbólica para os participantes dessa fé.

Com isso passou a vender cartões de aniversário, de Natal e todo tipo de mensagens; chaveirinhos, marcadores de livro, adesivos e lembrancinhas diversas; livros, revistas e Bíblias dirigidas ao público infantil; camisetas, bonés e muito mais...

Smilingüido tornou-se uma forma carismática de presentear alguém sem gastar muito, além de ser sempre bem recebido por pessoas de qualquer denominação Cristã.

A verdade é que no mercado de consumo da população evangélica Smilingüido atendeu a uma demanda latente e carente por identificação, a qual sente-se sempre muito satisfeita em adquirir produtos licenciados com esse personagem e orgulham-se de estampá-lo onde for necessário como uma forma de poder dizer em alto e bom som: Sou Evangélico e amo a Jesus.

E como eu citei no início desse texto, será que os criadores dessa marca tinham esse propósito no momento de sua criação? Acredito que não. Mas por uma fatalidade, por força de uma tendência facilmente compreendida pelos estudiosos de marketing, Smilingüido tornou-se um sucesso em vendas, credibilidade e aceitação em um momento onde o número de Cristãos protestantes vem aumentando e multiplicando-se, inclusive entre o público infantil, adolescente e juvenil.

Smilingüido é o resultado de uma boa criação com uma boa mensagem, que chegou sozinho e no momento certo em um mercado de consumo carente por novidades e ávido em adquiri-las.

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