quarta-feira, 14 de julho de 2010

Tirei meu diploma, agora com licença que eu vou trabalhar

Calma minha gente... não é bem assim que funciona... Muitos acabam de concluir faculdade, ou faculdade e pós-graduação, e já acham que agora é só ir lá que o emprego é seu. Essa é a grande mágoa dos jovens da geração Y, e certamente vai incomodar também seus sucessores, a turma nascida a partir de meados da década de 80.

Então, como é que os empresários vêm hoje essa questão de idade no processo de contratação? Eles acham que as novas gerações são inferiores ou superiores que as anteriores?

No meu entendimento, acho que dentre os gestores e organizações, são poucos os que estabelecem uma relação crítica entre o fator idade x comportamento ou postura profissional e relacional dos novos talentos.

Acredito que uma regra é universal: todos querem saber se o candidato à vaga possui experiência relevante para desempenhá-la produtivamente ou sagacidade para conquistar o seu espaço buscando conhecimento rápido para tornar-se um excelente profissional.

Por isso é muito conflitante a impressão que muitos têm da geração Y, pois é uma geração armada de diplomas, idiomas e especializações, mas sem vivência organizacional relevante e segurança suficiente para impressionarem o condutor de um processo seletivo. Muitos dessa geração são iguais àquele empresário que constrói um restaurante de luxo num ótimo ponto da cidade para depois aprender a cozinhar... Mas quando a construção do conhecimento vem acompanhada da vivência prática, todo mundo ganha mais, o contratador e o contratado.

Daí a geração Y sente-se injustiçada, pois considera-se preparada para o mercado de trabalho (e pelo menos empiricamente está). Mas o que pesa realmente nas contratações é o quanto você é capaz de convencer um contratador sobre sua capacidade de liderar, produzir e oferecer soluções e resultados. E sem algumas cartas na manga fica até difícil responder às perguntas que são feitas numa entrevista... fica aquele silêncio sepulcral, uma certa falta de assunto... pois entrevistador raramente pede para ver as notas da faculdade. Ele já está no próximo passo, quer saber como você usa suas ferramentas para ajudá-lo no crescimento.

Assim, o recém formado que não se interessou pela sua profissão durante a faculdade, dificilmente convencerá ao contratador sobre seu interesse em aprender um novo ofício. Já aquele que buscou empresa júnior de consultoria, fez algum tipo de estágio acadêmico ou outras atividades destinadas a promover conhecimento prático durante seus estudos, certamente terá melhor empregabilidade, mesmo sem ter tido um emprego formal.

Quem aprende futebol assistindo o DVD de aulas do Zico, nunca saberá se seu ofício é jogar como zagueiro, volante, atacante ou goleiro. Precisa entrar em campo, jogar e descobrir sua verdadeira vocação. E no mercado de trabalho profissional não é diferente.

Por isso é que sem alguma prática, falta ao recém formado a referência de suas qualidades e potencialidades. Ele próprio tem dificuldade de se auto definir e defender suas qualidades como trabalhador.

Portanto a solução é ter um bom plano de carreira, saber onde quer chegar e partir para o abraço!!

3 comentários:

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  2. De fato, Gisela, sua leitura e percepções são perfeitas sobre as gerações, e eu faço as mesmas críticas a muitos membros dessa categoria. O que mais me choca é a nova realidade da juventude e sua falta de parâmetros para reclamar das coisas. Com o grande boom de faculdades particulares vendendo graduação e pós-graduação a preço de banana, surgiu uma nova classe de profissionais que a 10 anos atrás seriam extremamente valorizados, mas não mais hoje.

    Quando eu me formei em 99, pessoas com MBA eram até muito bem vistas, faziam parte de uma espécie de elite cultural e profissional do Brasil. Em 2005, quando terminei minha MBA, senti que aquilo alí não passava de uma obrigação, e que um monte de João Ninguém tinha a mesma titulação que eu. Hoje, um número muito grande de alunos que acabam de sair da faculdade já fazem sua pós, antes mesmo de começar a trabalhar, e já esperam ter o mesmo status daquela turma de 10 anos atrás. Ledo engano... Aliás, tenho falado por aqui que especialização já deixou de ser diferencial competitivo.

    Acontece que a turma começa sua vida profissional com 2 diplomas e quer assumir empregos bem remunerados já na primeira tentativa! E quando não conseguem acham um absurdo os profissionais de RH "que não sabem selecionar", as empresas que não dão oportunidades, etc e tal... Eles querem o primeiro emprego e 5 mil de salário logo de cara. É mole?!

    Daí vem aquela idéia de que eles têm certa arrogância... pura falta de maturidade e plano de carreira para subir um degrau de cada vez.

    Faculdade e cursos se equivalem a calçados e roupas, mas trabalho, esse sim é degrau. Subir degrau não é ter diplomas, é ter experiências, para vender cada dia mais caro sua mão de obra cada vez mais qualificada.

    E vamo que vamo!!!

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