sábado, 12 de março de 2011

Amar demais seu cãozinho pode ser um sinal de alerta!

Essa semana eu estava assistindo a uma matéria sobre uma profissional que atuava como terapeuta para cães. Diziam eles que os cães também sofrem stress e traumas, e que necessitam fazer terapia. Tudo bem. Mas o que colocou-me a pensar é no nível de relacionamento entre o criador e o animal.

Já reparou que algumas pessoas tratam seu cãozinho de estimação como um ser humano? Investem tempo e dinheiro neles, conversam com eles, dormem com eles, beijam e oferecem um cuidado materno até no quesito sentimental.

Pensando um pouco nisso, cogitei algumas hipóteses para tentar compreender esse comportamento:

- Os cães não discordam de suas idéias, e esse contato pode ser um canal de fuga para alguém que esteja frustrado em seu relacionamento pessoal ou profissional;

- Os cães aceitam passivamente sua maneira de ser e de pensar, o que pode ser um equilíbrio para aqueles que se sentem "diferentes", excluídos ou não compreendidos pela sociedade;

- Os cães mantêm o bom humor e te dão atenção mesmo nos momentos mais difíceis de sua vida, diferente de alguns amigos e parentes, com quem você espera contar nessas horas. Mas apenas espera... É fato que o cão não pode resolver seu problema de desemprego, doença ou falta de dinheiro, mas sua presença pode estar servindo de "ombro amigo" (na falta de outro melhor) para os momentos de crise;

- Os cães se mostram fiéis incondicionais e você, alguém com quem você pode contar a qualquer momento, suprindo possíveis deficiências de relacionamento ou insegurança quanto à possibilidade de encontrar um amigo num momento em que você precise desabafar. Na falta de um amigo, desabafar com o cão é melhor que falar sozinho.

- Os cães podem ser uma forma de se conviver melhor com a necessidade de um relacionamento sentimental sem compromisso. Pessoas com medo de frustrar-se num relacionamento sério podem ter no cão uma fuga para sentir-se amadas e ao mesmo tempo livres para ir e vir sem conflitar opiniões e valores com outro alguém;

- Os cães podem ser o filho que alguns têm medo ou impossibilidade de gerar e criar. Vejo muitos artistas de TV com a casa cheia de cães de raça. São pessoas de relacionamento superficial no meio artístico e pessoal, sempre rodeados de "amigos" e que não conseguem facilmente estabelecer um amor sincero. Eles, como qualquer ser humano, também aspiram constituir uma família, e na dificuldade de se conquistar esse objetivo vão se prendendo sentimentalmente a seus cães. Já tive uma amiga casada que disse com essas palavras: "tenho medo de ter filho e acredito que sou muito mais feliz com minha cadela Gold".

Em resumo, parece-me que a ligação forte e intensa entre uma pessoa e um cachorro pode ser fruto de carência afetiva, baixa auto-estima, insegurança ou dificuldade de relacionamento humano e posicionamento social. (Veja bem, são só somente observações minhas e pensamentos sem comprovação ou pesquisa científica)

Vejo muito dessa amizade intensa entre homem e cão ocorrer na idade adulta.

Por isso acho importante que os pais observem com cuidado seus filhos para identificar se possuem um laço afetivo mais forte com seu animal de estimação do que com crianças da mesma idade. Eles podem estar desenvolvendo um distanciamento dos colegas ou sofrendo com algum complexo que os faça excluir-se, mesmo que involuntariamente, do grupo de amigos. Podem estar com crise de identidade, e suas idéias serem muito divergentes do grupo, talvez pelos hábitos e costumes atípicos da própria família. Podem estar sofrendo também de carência afetiva e de demonstrações de amor mais claras por parte dos pais.

Sob esse ponto de vista, o cão e seu nível de relacionamento com o dono pode ser um sinalizador de que alguma coisa errada está acontecendo no ego de alguém. Para tudo deve haver um equilíbrio, e apegar-se demais a animais pode ser a dica de que algo está errado.

Quero finalizar esse post lembrando da balada de Eduardo Dusek que na década de 80 cantou a composição de Leo Jaime chamada "Rock da cachorra". Clique aqui, leia a letra e escute a música!

11 comentários:

  1. Adriano! Eu posso ser uma vítima das suas observações... Muito pertinentes por sinal. Minha grande sorte é que só há 2 anos, no Natal de 2008, quando minha filha ganhou um filhotinho de Labrador de presente do namorado. Até então, passara 49 anos mentalmente saudáveis, pois nunca tive um cãozinho na minha vida. rsrsrssrs
    Hoje, que minha filha está fora do país este ano, eu estou perdidamente apaixonada por este "neto" de 4 patas. E trato ele, sim, como uma criança. Só não dorme na minha cama, pq no meu quarto ele começou a dormir sob o pretexto do ar condicionado no calor carioca.

    Agora, numa coisa eu discordo de vc. Dá pra ter sua criança e seu animalzinho de estimação. Quando eu tinha sua idade achava essa música do Dusek, o máximo. Hoje, a vejo por outro ângulo. E hj já ouso afirmar que, dependendo das pessoas, é claro, quanto mais eu as conheço, mais eu gosto do meu cachorro e de outros animais.

    Abração
    Eliane

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  2. Eliane, estava pensando alto quando escrevi esse texto, com aquela mania de atribuir fatores psicológicos a tudo o que vejo. Mas realmente acho que deve ser apenas devaneios, mesmo esperando que sirva para nossa reflexão.

    Eu sempre gostei de animais de estimação, mesmo não sendo tão apegado a eles emocionalmente. Tive vários cocker spainel (um de cada vez, rsrsrs), adoro aquele jeito moleque deles.

    Minha filha está pedindo a dias um cachorrinho, e prometi que após mudarmos para nossa nova casa vou lhe dar um filhotinho. Tenho certeza que ela cuidará dele com o mesmo amor maternal com que cuida de suas bonecas, ela vive um mundo de fantasias.

    Valeu, abraços!

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  3. alerta é vc ser um inútil, sem amor e babaca!!!

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    1. "Os cães aceitam passivamente sua maneira de ser e de pensar, o que pode ser um equilíbrio para aqueles que se sentem "diferentes", excluídos ou não compreendidos pela sociedade". - Alerta vermelho!!

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  4. Eu não preciso de mais nada nessa vida, se eu chegar em casa e ver aquele rabinho peludo abanando já ganhei meu dia.

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    1. Rsrsrs... um cãozinho amigo é tudo de bom! O meu é como um membro da família, só falta aprender o português, porque na língua dele, fala muito esse molequinho, rsrs.

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  5. Detestei seus devaneios. Um caozinho é presente de Deus. Melhor coisa q tenho em minha vida e meu esposo. Nao vou entender nunca pq criticar um amor tao lindo.

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    1. Eu lamento muito que você tenha interpretado esse texto como uma crítica a esse amor... sugiro que releia, mas respeito a sua opinião. Obrigado pela visita!

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  6. Toda forma de amor é válida e não deve ser questionada!! Cada um ama com a intensidade que quer e quem quer! Não há nada de errado !! A falta de amor que deve preocupar ! Não o excesso dele !!

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  7. Leio esse texto ha quase 12 anos após você escreve-lo. Acho que sofro de todos esses males, só com a diferença de que nem o cachorro aceita passivamente meu jei
    to de ser. Ele tem muita personalidade diga-se de passagem. No entanto, concordo com você acho que nos perdemos nas comunicações e nas relações afetivas. Depois de algumas decepções sérias, o cachorro veio para minha vida. Com ele, passei a me ocupar. Mudei o foco. Ele ocupa o meu tempo. Quando estou cansada e triste, lembro que ao chegar em casa ele estará lá para me alegre com suas brincadeiras e amor. Acho que precisamos adotar mais o temperamento dos cães. Ser mais alegres, amorosos e gentis.

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  8. Leio esse texto ha quase 12 anos após você escreve-lo. Acho que sofro de todos esses males, só com a diferença de que nem o cachorro aceita passivamente meu jei
    to de ser. Ele tem muita personalidade diga-se de passagem. No entanto, concordo com você acho que nos perdemos nas comunicações e nas relações afetivas. Depois de algumas decepções sérias, o cachorro veio para minha vida. Com ele, passei a me ocupar. Mudei o foco. Ele ocupa o meu tempo. Quando estou cansada e triste, lembro que ao chegar em casa ele estará lá para me alegre com suas brincadeiras e amor. Acho que precisamos adotar mais o temperamento dos cães. Ser mais alegres, amorosos e gentis.

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