Tenho participado de alguns fóruns sobre o desenvolvimento dos filhos e vejo bastante conflito de idéias no que refere-se à superproteção. Existe uma teoria a ser melhor desbravada, que é a definição de "Superproteção". Alguns acham que conduzir o desenvolvimento de um filho e privá-lo daquilo que pode "ensiná-lo" sobre os dissabores da vida é uma forma de superproteção.
Eu tenho comigo que tudo aquilo que for possível fazer para reduzir o nível de stress de uma criança pode ser feito. Se você pode apresentar-lhe filmes e lições de companheirismo e amizade, por que apresentar guerra, luta e conflito? Quanto mais puder retardar o aprendizado daquilo que nós todos concordamos que é o câncer da humanidade, melhor para ele. Que muito ser humano é vigarista, ladrão, trapaceador, individualista... deixe isso para depois. Vamos falar das coisas boas e façamos deles seres humanos éticos, decentes, justos desde crianças. É assim que se forma um mundo melhor.
Alguns dizem que carregar criança no colo é mimo, outros dizem que é amor. Eu li em um livro que não existe limite para amar uma criança, e que você pode sim carregar seu filho de até 2 anos sem medo e à vontade que isso não vicia e, ao contrário, aumenta seu senso de segurança e maturidade. Vai lhe fazer bem quando adulto, não é superproteção.
Podemos ensinar crianças sobre o certo e o errado de forma direta sem ser superprotetores, mas também sem sermos relapsos. É possível ensiná-lo a não bater nos coleguinhas ao mesmo tempo em que o matricula em uma escola de judô. É possível ensiná-lo a ser competitivo e buscar a vitória e ao mesmo tempo dizer-lhe que perder também faz parte da vida. É possível ensiná-lo a ousar e também dizer-lhe onde está o perigo. Podemos ensiná-lo qual é a diferença entre debater e discutir, mostrando que no primeiro caso considera-se e respeita-se a opinião alheia enquanto expõe a sua, e no segundo caso não...
Filhos maduros são formados com a responsabilidade da conversa e da confiança incondicional. A cumplicidade entre pai e filho é um bem para toda a vida, e nesses casos, por medo de ser "superprotetor", muitos acabam sendo omissos e criam uma distância entre eles criando aqueles filhos que falarão com orgulho depois de grandes: Eu aprendi com a vida!
Enquanto isso outros falarão com o mesmo orgulho, porém sem os arranhões: Eu aprendi com meu pai...
Bom feriado a todos!
Delicioso o seu texto, flui natural, no instante acaba e ficamos querendo ler mais.
ResponderExcluirAs colocações foram perfeitas, sob o meu conceito, é óbvio. Me orgulho em dizer do tanto de lição aprendi com meu pai até o seu último dia por aqui... Maravilho seria se todos os filhos tivessem essa possibilidade.
Beijo, Adriano.
Boa Páscoa.
Oi menino, concordo contigo. Tem hora pra tudo, inclusive para apresentar a eles esse mundo contrário ao que objetivamos. Beijocas!
ResponderExcluirÓtimo texto, Adriano.
ResponderExcluirAlém do que os filhos de hoje, tanto os nossos quanto os outros, são o futuro do país, e se hoje queremos melhorar nosso país, temos que começar dentro de casa, com nossos próprios filhos.
Abraços.
O Citibank estava com uma campanha publicitária ótima... o slogan era:
ResponderExcluirCrie filhos não herdeiros.
Adriano, seu último parágrafo está demais. Lindo. Irretocável. Perfeito.
ResponderExcluirComo é bom poder dizer o que vc disse:"Eu aprendi com meu pai...".
Não tenha medo da superproteção. Não é esse o sentimento para termos em relação a ela. Sem medos, apenas conviva com a superproteção. Você saberá dosá-la. Vc sabe... A diferença entre o remédio e o veneno é a dose.
Abraços