quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Ahhh, esses fracos profissionais de recrutamento e seleção...

Tenho lido inúmeros fóruns de discussão reclamando de recrutadores, pessoas responsáveis por processos seletivos das empresas e agências de emprego pelo mau serviço que realizam. Alegam que os recrutadores não têm ética, que fazem perguntas medíocres, que fazem dinâmicas ultrapassadas, que não recrutam o melhor candidato (geralmente sendo "eles", os reclamões, os melhores candidatos, evidentemente...) e assim por diante.

Até onde minha paciência permitiu participei das discussões, sempre citando educadamente que os candidatos normalmente não conhecem o teor das demais entrevistas e nem o desempenho dos demais selecionáveis. Também não têm acesso ao currículo dos demais entrevistados e tampouco sabem detalhes do perfil psicológico e pessoal procurado para cada situação. Mesmo assim a turma reluta em aceitar, e estão desempregados por pura sacanagem e incompetência do recrutador. Que assim seja.

Mas hoje encontrei uma nova abordagem, que quero dividir aqui com vocês. O autor do fórum questionou:

"Gostaria que alguém do setor de recursos humanos das empresas respondesse essa questão: Por que o candidato a uma vaga de emprego, (quase) nunca sabe do andamento do processo seletivo?"

A quem dei minha contribuição respondendo:

"É uma questão simples de oferta e demanda.

Se você tiver uma loja que vende roupas (compara-se ao profissional que vende seu trabalho) você recebe clientes com interesse de compra (compara-se ao empresário que contrata). Você como lojista consegue ter feedback espontâneo dos clientes que não compraram em sua loja (comparável aos empresários contratadores)?

É assim que funciona. Quem tem algo a vender é que corre atrás. Quem tem dinheiro para comprar/contratar está no conforto de escolher sem dar satisfações de suas razões ou tempo para a escolha.

No mercado de trabalho, o que muitos não sabem é o número de contratações realizadas por mês e o número de candidatos entrevistados no mesmo mês. Num supermercado, onde o turnover é alto, entrevista-se uma média de 100 a 150 pessoas por mês. Já imaginou preocupar-se com as seleções, contratações, integrações, treinamentos, demissões, entrevistas demissionais, acertos no sindicato, e tudo isso de novo dia após dia e ainda ter a fineza de dar feedback a uma média de 120 pessoas por mês? Nesse caso, acho que não custa o candidato ligar a quem realiza a seleção e fazer uma pergunta: o processo seletivo de tal vaga já foi concluído ou está ainda em aberto? Eu já fiz isso várias vezes, e numa delas recebi nova proposta para participar de outro processo seletivo com o meu perfil...

Infelizmente, amigo, concordo que seria muito gratificante receber esse retorno dos recrutadores. Porém precisamos compreender o lado de lá, cada um com suas prioridades internas, e correr atrás dos nossos assuntos, como eles fazem com os deles.
"

Está dada a minha opinião. Vamos nos qualificar, aprender a ser um bom entrevistado (olha aqui uma excelente dica!) e deixar cada um no seu quadrado. Quem paga a empresa de recrutamento que reclame dos serviços...

2 comentários:

  1. Oi, querido. Td bem? Vc viu muito comentários do seu post. Achei bacana a abordagem diferente, até ia escrever na sexta, mas o Rafs hoje postou o outro lado, a visão do fã. Estou satisfeita.

    Quanto ao post, realmente falar é fácil, dificil é ter uma visão globalizada da coisa, mesmo porque quem não tem noção da área( no caso da seleção)

    No blog Primeiro Set( http://primeiroset.blogspot.com/) tem uma nova estratégia de marketing da Unilever.

    Um abraço
    Rafaela
    No Apenas um Ponto Esportivo (http://apenasumpontoesportivo.blogspot.com/) você encontra Vôlei de praia na Etapa Guarujá( eu fui pessoalmente); Virando a mesa – A estratégia de Marketing do fenômeno Ronaldo – ( Adriano Berger) e uma Trilha Sonora super especial ( Rafs)

    No Apenas um Ponto (http://apenasumponto.blogspot.com/) – Vamos dar um chega pra lá nos chatos de plantão.

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  2. Oi Adriano. Meu falecido pai tinha uma frase que cairia como uma luva para essa situação: "quem pode mais, chora menos". A vida é assim. Não é fácil hoje, nunca foi fácil antigamente, em nenhuma época. Só não consigo entender o motivo pelo qual essas pessoas acham que têm o "direito divino" de ter tudo caído do céu.

    Abraços,
    Eliane

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