Na madrugada dessa segunda-feira, no programa De Frente com Gabi, no SBT, assisti a uma entrevista ótima com o doutor Paulo Mattos (que também deu entrevista na GNT), médico psiquiatra fundador da ABDA - Associação Brasileira do Déficit de Atenção
Achei a entrevista ótima não apenas pela forma única como Marília Gabriela a conduziu, mas por uma razão muito simples: descobri que tenho sintomas que correspondem ao que eles chamam de Transtorno do Déficit de Atenção.
O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e freqüentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade.
Em adultos, ocorrem problemas de desatenção para coisas do cotidiano e do trabalho, bem como com a memória (são muito esquecidos). São inquietos (parece que só relaxam dormindo), vivem mudando de uma coisa para outra e também são impulsivos ("colocam os carros na frente dos bois"). Eles têm dificuldade em avaliar seu próprio comportamento e quanto isto afeta os demais à sua volta. São freqüentemente considerados “egoístas”. Eles têm uma grande freqüência de outros problemas associados, tais como o uso de drogas e álcool, ansiedade e depressão, problemas que eu definitivamente nunca apresentei.(leia mais no site da ABDA)
O que mais me chamou a atenção foi para sintomas de ordem comportamental. Dr. Paulo citou durante a entrevista que pessoas com o TDAH normalmente não têm paciência de esperar o outro terminar de falar, não têm paciência de ler um livro inteiro (começam muitos livros e não terminam), não têm paciência para executar atividades de rotina, não se prendem à mesma atividade por muito tempo, não costumam terminar muitas coisas que começam, dentre outras características, as quais cada pessoa apresenta uma ou outra em maior proporção.
Um dos sintomas descrito do período adolescente se aplicou perfeitamente a mim, onde eu tinha grande desinteresse em fixar-me a um livro para estudar no período do colégio, evitava as tarefas e os trabalhos escolares, adiando sempre para última hora tudo o que fosse possível adiar.
Realizei o teste de diagnóstico primário de desatenção e de hiperatividade-impulsividade do site, e as minhas respostas deram pistas de hiperatividade.
Por que estou postando isso? Porque assim como foi útil para mim saber que algumas de minhas características na verdade são enfermidades passíveis de solução, pode ser bom para vocês que me acompanham identificar esse distúrbio em si mesmos, ou seus parceiros e filhos. Aliás, um dos sintomas que também não se aplica a mim, mas que aparece com alguma frequência nos portadores de TDAH, é a incapacidade de permanecer com o mesmo parceiro(a) por tempo prolongado. São pessoas que certamente terão mais de um, dois ou três casamentos em sua vida.
A notícia boa é que o distúrbio tem tratamento, e um dos medicamentos utilizados com grande sucesso chama-se Ritalina (qualquer semelhança com a diva do rock brasileiro é mera coincidência...), o qual você não deverá comprar sem antes passar por uma consulta médica que poderá recomendar algum tratamento concomitante.
Bem meus amigos, por hora é isso o que tenho para esse início de semana festivo, véspera de 7 de setembro. Um post de ordem médica, que espero lhes seja tão útil quanto foi para mim.
Um forte abraço, e vamos ao médico!!
Adriano,
ResponderExcluirvc vai gostar muito de ler "Mentes inquietas" da doutora Ana Beatrz Barbosa Silva.
Mentes inquietas é um livro esclarecedor, com abordagem séria e detalhada (além de bem-humorada) do que acontece dentro do dínamo que é o cérebro de homens, mulheres e crianças com DDA; Distraído, enrolado, esquecido, desorganizado, impulsivo, agitado, inquieto. Estes são alguns dos adjetivos mais comuns usados para descrever o comportamento de pessoas que - injustamente tidas como preguiçosas, irresponsáveis e rebeldes - na verdade possuem um funcionamento mental diferente. O fato de ter o Distúrbio do Déficit de Atenção também pode (com a correta canalização do imenso potencial que os DDAs têm ) significar criatividade, energia, inovação e ousadia.
Independente de ter ou não o transtorno penso que todo mundo deveria ler este livro pq precisamos saber viver com as "diferenças" que envolve cada pessoa.
Bjs.
Na faculdade tive duas disciplinas que tratavam sobre o TDAH...e desde o primeiro dia que vi falar sobre, eu logo gritei: eu tenho. Foi um susto para que estava na sala, mas a partir dos sintomas que a professora apresentava eu tinha mais certeza.
ResponderExcluirMaravilhosa postagem viu Adriano.
abraços
de luz e paz
Hugo
Fiquei aqui tentando ver se me encaixo ou não no perfil desse distúrbio. Em algumas até me encaixo, na desatenção principalmente... Mas acho que meu caso nem é tão grave... rsrs.
ResponderExcluirPost esclarecedor e muito bem escrito, Adriano.
Bom feriadão pra ti...
Beijoquinhas.
Adriano, sabe o que eu acho? Take it easy ou "laisse tomber". Quando esses caras/mulheres vão à mídia é um perigo. Hoje em dia melancolia é depressão, estar alegre e de repente se entristecer é bipolaridade e nessa época totalmente doida e apressada em que vivemos considerar que "não ler um livro" até o fim é sintoma de TDA, "bicho" (na linguagem carioca dos anos 70, 80) é realmente superficializar uma questão mais abrangente e profunda.
ResponderExcluirEu aprendi com um professor que "ler um livro até o fim" é muito bom e devemos lutar contra o 'sintoma' de "não ler um livro até o fim" mas há centenas de porcarias que podem ser folheadas sem que isso vá prejudicar nosso raciocínio e senso de profundidade.
Interrompo as pessoas e sou nervosa, mas adoro calmaria, leio os livros até o fim, adoro dormir. É só não me irritar. hehehe
Beijinhos. Essa galera é chata e quer aparecer. Vai ver o "Roda Viva" com a Gabi que tá melhor. ;-)))
Outra coisa: nesses 3 anos (fez 3 anos dia 6 que meu pai morreu) não li sequer um livro inteiro. E sou leitora de todos esses que estão no meu perfil do Blogger. Quando se muda pra lá e pra cá e se está sofrendo o escambau no cotidiano a leitura "de cabo a rabo" até atrapalha. É até heresia. Quando me aquieto e quando tiver de novo meu espaço e minha casa, vc vai ver quantos liros eu não leio - até o fim! Oh God !. ;-))) É tudo muito relativo. Só muitas seções para poder perceber isso. E eu soua favor de chamar a família e amigos para ajudarem no diagnóstico. hehehe Se existisse esse método toda hora, nossa... metade das pessoas que eu conheço - inclusive moi-même _ estariam "salvas". De perto todo mundo é doido. De médico e louco todo mundo tem um pouco. Quem acha que não tem é mais louco ainda.
ResponderExcluirÓtimas dicas pessoal! Fátima, vou procurar esse livro, já havia ouvido falar dele, e agora você estimulou minha curiosidade.
ResponderExcluirValeu pelo retorno, Gisela! Acho que você pode estar certa, talvez o assunto não seja mesmo motivo para maiores preocupações...
Adriano, muito interessante. Acho que eu já tive uma certa tendência a isso, mas hoje em dia não encontro mais esses sintomas. Mas eu estive pensando ao ler, esse será um distúrbio futuro bem comum, muita gente vai desenvolver, devido a esse excesso de tecnologia, de informacões rápidas, ...
ResponderExcluirO livro indicado por Fátima é bem interessante.
Beijo
olá Adriano!
ResponderExcluirNão sei se é isso que tenho, mas que tenho algo, ah isso eu tenho ! rsssrssss (só pelo fato de ler e me identificar com muitos dos sintomas), conversando com um amigo dia desses onde descobriu-se Bi-polar através de diagnóstico médico comentávamos: os transtornos psicológicos são tratados com certa restrição e discrimanação, tá na hora da sociedade admitir q somos produto disso tudo e os resultados estão aí !
Adoro seu blog e nas minhas "inquietações" tô aqui bisbilhotando !
Abrços
Adélia
Oi, Adriano. É claro que a Gisela está certa. Se eu fosse me ligar em cada "pesquisa" que apresentam na TV (e que geralmente são feitas nos EUA), eu não teria tempo nem mesmo de apresentar os sintomas do distúrbio, transtorno, ou o que seja. Veja a vida que levamos hoje em dia. Eu não conheço quase ninguém que durma 8 horas por noite. E eu posso ficar sem comer, sem beber, mas sem dormir, eu não consigo, preciso do meu tempo pra recarregar minhas baterias. Então, tem semanas que eu só onsigo dormir 6 h por noite e fico um lixo. Sinto-me imprestável. Qualquer dia, aparece alguém na TV e diz que foi feito um estudo com pessoas que dormem mais de 6h/dia e concluiu-se que são todos portadores de uma síndrome qualquer. Entende como a coisa começa? Eu não tô nem aí pra esse tipo de estudo subjetivo. A personalidade de cada pessoa, sua visão de mundo etc são as coisas mais subjetivas que conheço.
ResponderExcluirDe modo algum vou me deixar rotular de portadora de TDAH só porque meus neurônios são mais rápidos do que o de outras pessoas. Eu sou impulsiva. E sempre pensei que isso fosse um traço da personalidade das pessoas. Hoje estou bem mais tranquila do que impulsiva. E tenho plena consciência que foi apenas o passar do tempo e a experiência de vida que me deixaram menos apressadinha. Agora quase tudo na vida pra mim é um déjà vu. O que é surpresa pra uns, já não é mais pra mim. Por isso é que se diz que com o tempo nossos valores mudam. E mudam mesmo. As coisas que até 10 anos atrás eu gostava de fazer, hoje já não me enche os olhos.
Quanto a ler um livro até o final, rsrsrs, só se ele for bom e me prender a atenção. Porque, cá pra nós, hoje em dia qualquer um escreve livro, canta, é ator... Entende o que eu digo?
Eu só dou bola pra quem é bom mesmo. Não é qualquer gravata numa camisa engomadinha que vai me fazer a cabeça. Aceite a sugestão da Gisela. Laisse-tomber. Passe ao largo. Você sabe que não é apenas mais um. Imagina se eu fosse ler todos os livros e assistir a todas as palestras que esses "consultores" do sudeste fazem. Eu teria tempo? Não. Mas a pergunta é, eu preciso disso pra quê? No final das contas a gente só faz encher o bolso desse pessoal que vive disso. Sacou?! :))
bjs