quinta-feira, 8 de julho de 2010

O bom chefe é o que dá bronca ou elogio?

Num fórum de discussões, o amigo Igor Iglessias puxou um texto muito interessante de Max Gehringuer, publicado na revista Época, acerca da postura do chefe. O texto dizia o seguinte:

"Todos nós temos mais virtudes do que deficiências. Para cada deficiência, temos quatro ou cinco virtudes. Agora a parte não tão boa é que virtudes precisam ser comprovadas na prática, deficiência não. Se alguém diz " eu sou péssimo em negociação ", ninguém vai duvidar. Mas, se fala " eu sou excelente negociador ", todo mundo vai esperar para ver se é verdade. outra coisa: deficiências são mais visíveis do que virtudes. Uma pessoa que é íntegra, cristalina, transparente e tem mau hálito, certamente, será mais lembrada pelo mau hálito. Por que os chefes como a maioria dos líderes, se preocupam mais com deficiências? Porque os fucionários são contratados pelas suas virtudes, e se estão sendo pagos para transformar essas virtudes em produtividade. Como ninguém é contratado pelas deficiências que tinha, o dever do chefe é se concentrar nelas. Na visão do gestor as virtudes fazem parte do pacote. Como líder ele é pago para corrigir deficiências. Mas é uma pena que o gestor esteja deixando de usar uma virtude essencial na carreira. Uma que tem o custo zero, mas que rende muito. A virtude do reconhecimento."

Muitos acham que o chefe que elogia pouco e cobra muito é inseguro.

Acho que Max Gehringer foi muito claro na assertiva quando disse "Como ninguém é contratado pelas deficiências que tinha, o dever do chefe é se concentrar nelas. Na visão do gestor as virtudes fazem parte do pacote."

Portanto, se o gestor não aperfeiçoar seu comandado para que, além das virtudes já existentes possa desenvolver novas potencialidades, não terá valido a pena ser comandado por ele. O funcionário que entra e sai da mesma forma como entrou não evoluiu profissionalmente. Meus melhores patrões foram José Carlos Viaro e Alexandre Ossucci, trabalhei com eles em 2002 e 2006. Ambos me chamaram várias vezes para corrigir minha conduta e que me ensinou demais. Poucas vezes me deram elogios, mas os números e resultados obtidos pelo meu desempenho, através do meu desenvolvimento a partir das correções e puxões de orelha, falavam por si só...

Os elogios que recebi na vida e os chefes bacanas que tive ficaram para trás, mas o crescimento e disciplina profissional através das correções eu nunca mais esqueci.

Um paralelo com o esporte para nossa reflexão: por que todos gostam do Felipão e do Bernardinho como treinadores, e por que são considerados vencedores? Até que chegue a hora de um elogio após a conquista de um campeonato, os atletas recebem é bronca, mas muita bronca mesmo...

11 comentários:

  1. O bom chefe é aquele que sabe admoestar com sabedoria,com imposição,mas sem humilhação.
    Que os ventos bons estejam sobre a nossa seleção.
    Grande beijo!

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  2. Humm Conheço uma pessoa que adoraria ler esse texto. ;-))

    Bem, Adriano, eu concordo com o Gheringer e contigo a respeito da questão virtudes/defeitos, mas acho que não funciona cobrança demais. Eu pulo fora. Sempre vivi essas coisas fora de ambientes de trabalho (já que uma vez apenas tive isso) e vejo que nunca funciona: cria-se um clima de discórdia-Dunga. Afasto-me de qualquer pessoa que me pressiona. Posso até elogiá-la quanto ao "impulso". De resto, eu funciono livremente. Meu pai me ensinou isso. De repente, vocês não estão falando do excesso, posso ter entendido errado. Outra coisa: para cobrar é preciso dar em troca e não é o que há. Apenas salários baixos, horas extras.

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  3. Aliás, faço minhas as palavras de Carol Sukirá. A nova "era" é injusta demais: pessoas riquinhas, filhas de riquinhos bem pagas e de outro lado os "meros mortais" se escravizando por uma vaguinha ao sol? Eu fico sem grana, mas não deixo ninguém me explorar. A minha filosofia sempre foi essa:seja para quem for, mães de alunos, família, chefes, namorados, etc.

    Inté! ;-)

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  4. Concordo com a Carol também, tudo na medida. Devemos considerar que o bom chefe é o que determina onde quer chegar, ensina e cobra. Algumas pessoas não gostam de ser cobradas, mas aceitam bem ser treinadas e corrigidas.

    Na Coca-cola recebíamos cobrança em excesso, mas cada boa venda era recebida com um forte abraço e palavras de incentivo. Na mesma empresa, na área de logística, recebíamos muita cobrança e pouco reconhecimento, pois lá nossa obrigação era fazer o processo correr com perfeição. Mas foi lá que tive minhas primeiras lições de liderança e conquistei meus melhores resultados, onde apesar de poucos elogios, foi onde me senti mais valorizado. Dá pra explicar? Não... Mas na minha mão o erro caiu a quase zero, e essa era a minha obrigação, pois quando errava, vinha bordoada e precisava justificar.

    Por isso o assunto é complexo, pois cada caso requer uma conduta. Você não precisa cumprimentar um médico por uma cirurga bem feita, pois essa é a obrigação dele. Já pensou se fosse mal feita?! Liderar profissionais de resultado é uma coisa, liderar profissionais operacionais é outra coisa.

    E podem retrucar!! rsrsrsrs

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  5. Depende da hora, do momento e outras coisinhas mais.
    Bjs.

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  6. Pois é, cada caso é um caso. Na Medicina é diferente. Em vendas é certo que precisa ter incentivo: quem vender mais, ganha 50% na bolsa tal. Conheço muitas vendedoras, minha própria irmã, já namorei um e eu mesma sei vender bem, apesar de nunca ter sido aceita nessas lojinhas. Até ontem (alguns meses atrás), fiz uma "sabatinada" dessas ridícula e não cairei mais onde não levo jeito. Vendo bem sozinha e o que é meu. E meu foco é outro, nunca mais darei corda para ninguém!

    Não acho que precise elogiar toda hora. Chega a ser cansativo. Acho que precisa haver um clima leve. Só isso. E o que eu já vi é o horror, então não combina mesmo. Ainda mais mulheres escravizadas, salários baixíssimos. Se for uma empresa com venda indireta, aí sim. De resto, é só exploração. Bem, sou realmente pessimista e meio "defensora de fracos e oprimidos". Pensando friamente: os oprimidos adoram ser oprimidos e trabalhar domingo em shopping. Na França nem abre. ;-)))

    Boa noite procê!

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  7. Berger:

    Há um detalhe fundamental nas broncas que o Felipão e o Bernardinho distribuem... é a credibilidade que eles tem.
    Você e eu já vimos muitos chefes do tipo: faça o que eu digo e não faça o que eu faço...
    E os chefes que cobram lisura total e sabidamente tiram o seu por fora? E os que prevalecem-se de seus cargos para vantagens pessoais?
    Quando se recebe uma bronca há que se impor alguns filtros:
    - O emissor tem credibilidade para fazê-la?
    - A bronca que eu recebi é sobre um ocorrido pontual ou endêmico?
    E por fim mas não menos importante:
    - Foi somente uma bronca ou já veio acompanhada de um conselho que me ajuda no meu desenvolvimento?
    Já presenciei broncas do tipo: Você é um burro... Na verdade, a pessoa era bem inteligente, mas fez algo errado. Onde está escrito que só os burros erram? Quando esse chefe falhar temos alvará para chamá-lo de burro?
    Uma grande semana, Berger e família!!!!

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  8. Grande Sewald!

    Sábias palavras, irretocável. De chefes que não sabem a diferença entre cobrar e humilhar o funcionário estamos cansados de ver... Nesse contexto concordo com as pessoas que os chamam de inseguros, pois fazem valer a força de sua hierarquia e não a sua competência técnica e líderança.

    Forte abraço a todos!!

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  9. Olá Adriano, fico feliz com as palavras que envolvem meu nome, e ainda vindas de você sei que são verdadeiras.

    Abraços, Sucesso e Saúde !!!!

    " Que Deus continue iluminando você e seus queridos."

    Alexandre Ossucci - Maringá - Pr.

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  10. Olá Adriano, fico feliz com as palavras que envolvem meu nome, e ainda vindas de você sei que são verdadeiras.

    Abraços, Sucesso e Saúde !!!!

    " Que Deus continue iluminando você e seus queridos."

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  11. Obrigado pela visita, Alexandre! Sabe que tive a sorte de trabalhar com você e principalmente a "sorte" de você estar com a carteira de motorista suspensa duranto os primeiros meses, onde tive aulas particulares sobre aquilo que você domina.

    Infelizmente minha carreira não foi longa no SCC, mas Deus sabe por quê colocou algumas outras pessoas no meu caminho, e hoje posso dizer que subi alguns degraus em minha carreira graças à oportunidade que você me deu de aprender e amadurecer profissionalmente.

    Quando tiver a oportunidade de vir a Palmas, será um prazer recebê-lo com sua família em minha casa, ok!

    Forte abraço!

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