quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Está sobrando emprego ou faltando mão de obra qualificada? Eis o dilema...

Essa semana ouvi uma matéria muito animadora: No Paraná foram geradas, do dia para a noite, mais de 3 mil vagas de emprego! Mas isso é uma excelente notícia... desde que você não seja um profissional da área de recrutamento e seleção.

O Brasil sofre com a falta de mão de obra qualificada e disposta, especialmente para atividades básicas e essenciais como atendimento e produção em padaria e açougue, vendedores internos, profissionais de supermercados, seguranças, serviços de limpeza, secretárias de atendimento médico e hospitalar, mecânicos, eletricistas, carpinteiros, além de profissionais operacionais para a linha industrial. E quem trabalha com recrutamento sabe o como é difícil selecionar e contratar esses profissionais.

É imensa a dificuldade para recrutar e reter bons colaboradores para essas áreas de atuação, e os motivos são os mais diversos possíveis: empresas remuneram muito mal; líderes mal preparados não sabem gerenciar pessoas e conflitos internos; há um certo descaso com as necessidades básicas das pessoas e seus problemas familiares com filhos e de saúde. Enfim, há uma série de fatores que motivam pessoas a mudar de emprego para ganhar 20 reais a mais ou a menos em busca de um pouco mais de dignidade.

Mas o assunto que quero destacar é que muito jovem de baixa renda está buscando fazer uma faculdade pensando que diploma gera emprego e bons salários. Não gera e não rende. O que gera emprego é a capacitação e a vontade de trabalhar bem. O que gera melhores ganhos é o resultado cada vez melhor oferecido ao contratador. Por falta dessas qualidades a turma pega o seu diploma, arruma emprego e continua sendo um soldado raso, não correspondendo a expectativa dos empregadores. Por isso continuam a mudar de emprego, serem mal remunerados e desvalorizados profissionalmente, terminando empregados onde normalmente não se exige nem o segundo grau completo. Diploma é complemento, e será muito bem aproveitado se o profissional tiver postura, vontade e responsabilidade para o trabalho.

E o problema cresce em cadeia: baixo desempenho, resultados ruins ao empregador, desvalorização do profissional e baixa remuneração.

Daí, interpretando mal a informação, a imprensa divulga que hoje para ser balconista de loja é preciso ter diploma. Ou então divulga que foram gerados milhares de empregos, sem observar que também foram demitidos ou pediram as contas outras milhares de pessoas. Sem querer desdenhar da economia do Brasil que está relativamente bem, não podemos ignorar que a qualificação e a educação escolar e social em nosso país continua deixando a desejar. Em poucos anos teremos uma multidão de pessoas com diploma de terceiro grau, mas com pouca capacitação ou diferencial competitivo para oferecer no mercado de trabalho.

Quero concluir com um alerta sobre uma característica da geração Y que pode ser explorada pelos mais visionários dessa turma: está fácil destacar-se como pessoa e como profissional no meio de tanto desinteresse dos demais. Muitos não ficam no mesmo emprego o tempo necessário para o seu amadurecimento como pessoa e como profissional, perdendo a chance de crescer, aprender e mostrar sua qualidade correndo atrás de dinheiro fácil sem se qualificar o suficiente seguindo um plano de carreira bem definido. Quem seguir o caminho inverso poderá ter sucesso. Isso sim gera crescimento de ganhos a médio prazo e aumenta a empregabilidade na hora da necessidade.

3 comentários:

  1. Olá, bom dia.
    Vim dar uma volta no seu cantinho e agradecer palavras tão carinhosas para com o meu trabalho. Muito obrigada mesmo . Faço com muito gosto.
    Não deixe de voltar mais vezes, FOI DESSE JEITO QUE EU OUVI DIZER... terá sempre uma história para contar.
    Beijo grandão.
    Saudações Florestais !
    Silvana Nunes.'.

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  2. Olá! Descobri seu blog hoje, e este já é meu segundo comentário! Isso é bom. Normamente não comento. Mas estes artigos valem a pena uma discussão. Tenho somente um questionamento que quase não vejo ser abordado em artigos relacionados à tal geração Y. Tenho 24 anos, sou formada, falo 3 línguas, tenho uita disposição, em geral sou uma pessoa bem motivada. Trabalhava com um contrato temporário, de 5 meses, fui renovada em termo temporário, mas quando foi hora de me efetivar, o chefe me justificou no último dia dizendo que "perdeu o prazo para solicitar minha efetivação". Mesmo com uma equipe altamente desmotivada como estava a equipe em que eu trabalhava, eu, muito motivada, montei um projetinho de ajuda com opções de programas para impulsionar o grupo a produzir mais. em um mês, os números subiram cerca de 30%. Ou seja, eu tinha muitos motivos para ficar, exceto um: perfiil de geração Y. Não sei se assustei o Geração X do meu chefe ou em que parte fiz algo errado. Mesmo tendo perguntado o que aconteceu, a resposta era irredutível: "perdi o prazo". Penso ainda que, um chefe interessado em um bom funcionário não perderia o prazo. Mas essa falta de um feedback eficiente, que pudesse dar uma direção efetiva, um objetivo para que pudesse saber o que deveria fazer levou a este fim trágico. E também a uma equipe desmotivada, com a qual ele prefere conviver, já que programas de motivação são inovadores demais para seu ponto de vista. O questionamento é: Até onde a geração Y poderá seguir motivada e sem pingar de emprego em emprego, enquanto gestores da geração X estiverem lá, decidindo quem vai e quem fica com base no medo da mudança e do novo? Poucas pessoas se perguntam isso. Conheço muitos exemplares da geração Y (incluindo eu mesma) que poderiam fazer carreiras brilhantes se não deparassem com "dinossauros amedrontados" no caminho, como se a geração Y fosse um meteoro avassalador que os levaria à extinção. Pense nisso. ;)

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  3. Olá Thabata!

    Mas uma vez te agradeço por esse incrível depoimento e complemento para o meu texto.

    Também já passei por situações desse tipo, e um bom exemplo foi quando entrei em uma grande multinacional e desenvolvi um ótimo trabalho no prazo de seis meses. Fui convidado para compor outro departamento, e em mais seis meses já estava selecionado para mais uma promoção. O fato é que essa segunda promoção ficou no patamar de trainee, e talvez por incomodar meu superior imediato, após um ano ainda não vendo minha efetivação, decidi pular, e com 3 anos de serviço pedi as contas para trabalhar em outra empresa. Mas confesso que a cada mudança evoluí, me valorizei um pouco mais e hoje já estou bem mais consolidado profissionalmente.

    O importante é buscarmos tirar proveito de cada situação, de cada emprego, para que o pouco tempo que permanecermos possa ter valido a pena, possa somar no mínimo mais uma capacitação em nosso currículo.

    Grande abraço!
    Adriano

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