quinta-feira, 19 de maio de 2011

A legalização da união de pessoas do mesmo sexo e o caso dos dependentes químicos

Ontem assisti a uma matéria na TV e coloquei-me a pensar a respeito da escala de valores de nossos congressistas.

Vou começar minha linha de raciocínio falando da Natureza, que é o princípio de todas as coisas. A biologia estabelece grupos dentre os seres vivos com características similares entre si, e a eles dá nomes. Identificou-se que alguns seres reproduzem-se de forma assexuada e outros de forma sexuada. Dentre os seres sexuados identificou-se grupos que possuem ambos os sexos, ou seja, possuem aparelho sexual masculino e feminino no mesmo indivíduo e seres que dividem-se entre macho e fêmea, sem os quais não se perpetua a espécie através do cruzamento de material genético masculino com o feminino.

Portanto, a respeito da sexualidade para a função a que se propõe esse organismo, não existe a classificação de um terceiro sexo entre os seres sexuados.

Diante disso, e sei que vou causar alguma polêmica com meu ponto de vista, acho descabido que se consuma tempo e esforços a fim de deliberar sobre o matrimônio de pessoas do mesmo sexo.

Vejam bem, não sou contra (e nem a favor) o homossexualismo, da mesma maneira que desprezo a opção comportamental das pessoas de serem emos, góticos, virgens, skinheads, fashion, ou seja lá o que forem. Mas tornar a opção comportamental de cada um, que é direito individual em uma sociedade democrática, um fato merecedor de discussões no âmbito matrimonial é negar a concepção da natureza humana e até ser complacente com a extinção da própria espécie. Ou casais humanos do mesmo sexo são capazes de gerar descendentes?! Não. Assim, a união matrimonial só deve ser reconhecida se os indivíduos forem de sexo diferente.

Portanto, não é um ponto de vista baseado na Bíblia, mas na lei da natureza. Que pessoas do mesmo sexo se amem e sintam-se bem vivendo e coabitando entre si, não vejo nenhum problema. Mas reconhecer essa união como um matrimônio legal acho fora de questão, assim como não concordo com a adoção de crianças por quem não tenha um casamento estável composto por um pai e uma mãe. Se existe fila de espera quilométrica para famílias que querem adotar filhos, a burocracia é enorme para isso, até há quem "exporte" ilegalmente crianças para famílias de outros países, por que então ceder a guarda de crianças para pessoas solteiras ou casais do mesmo sexo?!

Acredito que a luta por respeito e aceitação do homossexualismo é legítima. A forma de vida de todas as pessoas deve ser respeitada, desde que não venha a oferecer risco ou algum impacto na vida dos demais através de violência ou formas de influência, como no caso dos dependentes químicos. Mas entre respeitar o homossexual e ao mesmo tempo concordar que sejam denominados casais legítimos há uma grande diferença.

Dependente Químico

Cogita-se também aliviar a lei a favor dos dependentes químicos, sob o pretexto de que o combate à droga vem promovendo enormes investimentos públicos sem oferecer nenhum resultado efetivo.

Em nossa cultura decadente, como bom país de terceiro mundo que somos, tolerar o consumo de drogas "leves" como a maconha parece ser uma possibilidade, e possui até um lobby de membros do governo a esse favor. Mas para a sociedade essa medida terá o efeito de uma bomba radioativa: causará danos irreversíveis e crescentes. Aumento no número de usuários, aumento no número de crianças sem controle dos pais, aumento do número de assaltos (para a manutenção do consumo diário), aumento da evasão escolar... e por aí vai.

Assim, fica aqui o meu protesto para as pautas do governo que fogem dos interesses da coletividade: Se estivéssemos com as discussões em dia acerca da qualidade do ensino, da geração de emprego através do desenvolvimento geograficamente descentralizado, da boa infraestrutura logística (qualidade das estradas, portos e aeroportos), da revisão do código penal, da conclusão da nova lei fiscal, da viabilização da rede pública hospitalar, etc, etc, etc, daí sim poderíamos entrar em questões menos relevantes, como a criação de leis para atender aos desejos pessoais do grupo homossexual ou aos desejos de legalização de entorpecentes para arrecadação de mais impostos federais na venda de maconha e economia dos gastos com segurança e casas de recuperação.

Francamente...

7 comentários:

  1. Velho, a natureza não é parâmetro para aceitarmos algo como "certo" ou "errado", porque o ser humano não é um animal típico da natureza. O ser humano modificou a sua natureza no decorrer de sua evolução. Veja bem: não temos um órgão para a fala, mas o ser humano desenvolveu a habilidade de falar, usando para isso órgãos do aparelho respiratório e do aparelho digestivo. Não temos um aparelho digestivo adequado para digerir carne, contudo, o ser humano aprendeu a se alimentar de carne e vive muito bem assim. Não fomos feitos para andar em duas pernas, contudo aprendemos a fazer isso, mesmo que custando a saúde da nossa coluna, dos calcanhares e, por incrível que pareça, de nosso ânus (hemorroidas só existem porque andamos em pé e forçamos a circulação sanguínea das veias anais).

    Se a questão da homossexualidade for analisada pela ótica bíblica, aí a conversa muda de figura - aí, não se discute, porque é religião. Mas, em termos de ciências naturais, não se pode argumentar contra a homossexualidade, porque 1) ela também existe no reino animal; 2) o ser humano não se comporta mais segundo as leis da natureza.

    Sinceramente, eu acho um tanto egoísta ser contra a união entre homossexuais, por um motivo simples: se eles se casarem, isso não afeta em nada a minha vida. Mas, se eles não puderem se casar, isso afeta muito a vida deles.

    Já em relação aos dependentes químicos, concordo totalmente com você. Não tem discussão: é ruim, afeta não apenas a quem usa, então é claro que o combate tem de ser severo.

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  3. Adriano, você poderia ter feito uma trilogia, incluindo também as recentes atitudes do MEC, jogando a toalha de sua função de ensinar para ficar na omissa contemplação, achando que é "tirania" (palavra usada pelo seu representante) impor uma forma de expressão como "certa", e condenando as outras como erradas.
    Uma coisa é tolerar que pessoas se expressem de forma incorreta na comunicação oral, outra é abrir mão de ensinar o que é certo, pelo menos para a expressão escrita, que fica como registro!
    Eu realmente não me importo que permitam a legalização civil de uniões homossexuais, desde que não usem isto para fazer apologia das suas alternativas!
    Quanto à questão da dependência de drogas, este sim é um enorme problema! Por mais que se combata o tráfico, existe uma regra para a qual eu nunca achei exceção: se em algum lugar existe alguém disposto a pagar por alguma coisa, lícita ou ilícita, alguém vai dar um jeito de se tornar fornecedor!
    A lei baixou a guarda, descriminalizando o consumidor.
    Agora, lutam pela liberação das tais drogas "leves". Só se o governo passar a distribui-las gratuitamente aos usuários, senão vai continuar aquela já citada rotina de assaltar e roubar para sustentar o vício!
    Eu creio que, no mínimo, pessoas dependentes teriam que ser submetidas à tratamento, mesmo que compulsoriamente, pois os atos que eles fazem não afetam apenas a eles, mas a todos!
    Infelizmente, não creio que um dia verei este problema resolvido, no nosso país.
    Mas, ultimamente, tenho visto coisas que me fazem pensar se estou mesmo aqui ou no Camboja de Pol Pot!
    Vão fazer campos de concentração para colocar pessoas que insistem em serem honestas e escrever usando as regras, para não falar de...(deixa pra lá!)
    Abraços!
    Bela blogada!

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  4. Se é para polemizar...vamos lá. Acho que a grande maioria dos humanos são bissexuais e a minoria hetero ou homo...o que nos segura são os tabus. Se a união matrimonial só deve ser reconhecida com indivíduos de sexo diferente, posso ler nas entrelinhas que os pares tenham como função principal perpertuar a espécie. Sendo assim, apesar do meu matrimônio ser hetero, ele perde o sentido diante de tal afirmação já que eu sou operada e portanto, marido não poderá ter filhos biológicos. Concordo com a opinião do Pedro, o importante não é o que isso significa para mim e sim para quem vive tal situação. Tenho um casal de amigas que tem união homoafetiva há pelo menos sete anos e vejo o quanto é difícil constituir patrimônio juntas, sem que no futuro tudo se perca diante da falta de uma delas. Hoje com o matrimônio, elas ficarão mais seguras. Também não sou contra a adoção, acho que eles têm super potencial para serem pais ou mães. Com relação as drogas, concordo contigo. Continua sendo meu amiguinho, continua???? Beijocas!

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  5. A discussão sobre a sexualidade tem potencial para render milhares de argumentações diferentes pois envolve percepções, valores e sentimentos únicos, quase como uma impressão digital, e dificilmente haverá concenso. Cabe aqui o respeito de um pelo outro, o mesmo respeito que temos pela escolha de cada um (corcordando ou não, respeitar é uma ordem). O mesmo acontece com a própria ciência que confronta a religião na discussão sobre estudos da célula tronco, cujas opiniões vão do racional ao espiritual.

    Por isso agradeço a colocação de todos, e sob pretexto algum vamos deixar que opiniões diferentes abalem nosso relacionamento e amizade, rsrsrs. O importante é expressarmos nossa verdade, pois ela pode ajudar pessoas sem opinião formada a estruturarem sua idéia a respeito.

    Grande abraço a todos!

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  6. Eita que o assunto é instigante mesmo. Sobre a fila imensa de casais heteros a fim de adotar uma criança, é verdade, Adriano. Porém esses casais buscam tipos específicos de criança: sexo, idade, raça, pre-definidos... Os maiores,meninos, pretinhos (não é demagogia, é a realidade)vão ficando pra trás.

    E gostei da afirmação do Pedro sobre o que isso implica na vida deles, e em nada muda a nossa.

    Mas o assunto renderia uma eternidade.
    Beijo.

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