quarta-feira, 16 de março de 2011

O mercado publicitário vai se reinventando

Isso é o que eu chamo de inovar! Alguns no bom sentido, é claro, pois em publicidade quase tudo é permitido. É como diz aquele ditado: "os fins justificam os meios".

Repararam aquele comercial da Nova Schin, onde personalidades do mundo artístico aparecem apenas como coadjuvantes? Débora Secco, Samuel Rosa, Carlinhos Brown, Ivete Sangalo, Cléo Pires, Fernanda Lima, etc, estão apenas alí na roda curtindo enquanto algum deles canta. Simpática a idéia de apresentar artistas apenas como gente comum, e não como estrelas.

A cerveja Brahma fez quase isso naquele comercial tendo o carnaval como "paixão de brahmeiro", e o Zeca Pagodinho aparece somente por alguns segundos no finalzinho, só para ganhar o cachê.

A Bombril também reinventou seu modelo e entrou num tema feminista cômico-agressivo. Já pensaram se alguém fizesse o inverso, num tom machista, o tamanho da repercussão que daria? Mas como todos sabem que homem não dá a mínima para isso, e ao contrário ri da própria desgraça quando o momento lhe permite, o trabalho ficou bem interessante, pois criou maior afinidade de forma subliminar entre a marca e a mulher que de fato é a entendida no assunto, buscando desmistificar essa questão num tom feminista. Jogada de mestre!

Já a Caixa Econômica Federal, acredito que andou pra trás... Está veiculando um comercial enfadonho narrando sua história e sua relação com a Academia Brasileira de Letras. Alguém conhece uma palavra mais antiquada do que "caderneta de poupança"? O que é que a Caixa buscou atingir com esse comercial? Que pessoas como Austregésilo de Athayde sejam influenciadores de alguém para que abram sua poupança na Caixa? Enquanto outros bancos estão agressivos nos materiais publicitários mostrando tecnologia, inserção digital segura das aplicação e movimentações a distância e coisas desse tipo, a Caixa me aparece com Machado de Assis, Inglês de Souza e cia para falar sobre sua credibilidade histórica...

Sem falar que anteriormente o banco explorava Regina Casé e outros recursos para vincular sua imagem a um banco popular, para gente humilde. Agora aparece com essa, usando personalidades que gente humilde, a massa educada nas escolas públicas do nosso Brasil, mal deve ter ouvido falar... Achei o comercial bacana se fosse conteúdo de endomarketing, mas para divulgação externa não gostei.

Então é isso. Esse post estava na minha idéia para ser escrito a alguns dias, pois vejo com muita satisfação a reinvenção de alguns modelos de publicidade e comunicação com o público. Não aguentava mais a mesmice de sempre. Se bem que, em matéria de propaganda de cerveja, o conteúdo não mudou em quase nada. A Skol ainda consegue explorar a criatividade fugindo daquela trivial festa, praia, mulheres e homens sarados, além de imagens cansadas de cerveja caindo no copo em slow motion, e a convicção de que são produzidas com "malte selecionado", etc, etc, etc... fala sério...

Ah, antes de ser mal interpretado, não estou desmerecendo as mentes brilhantes da literatura brasileira. Meu comentário é sobre a mensagem temática escolhida pela Caixa em seu comercial e seu contexto no mercado concorrencial.

E você, como percebeu esses comerciais?

5 comentários:

  1. Acho que cada vez mais a publicidade precisa ser repensada, Adriano, muitas peças de mídia tem que estar no "caminho" do consumidor, como as redes sociais, por exemplo, e a "publicidade tradicional" vai perdendo a sua abrangência, exigindo cada vez mais criatividade dos publicitários para ganhar atenção.
    E isso é o que menos tem aparecido, Adriano, a criatividade nos anúncios.
    Abraços

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  2. Sou uma pessoa tão, tão desatualizada. Só essa primeira foi vinculada na globo internacional. Adoooooooooro propaganda e sinto falta, as que passam aqui é de Angola (péssimas)...fazer o quê né?! Beijocas e bom final de semana. Obs.: minha filha mais velha tem uma relação maternal com nossa Fúh, fiquei refletindo sobre o que escreveste.

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  3. É isso mesmo, Romeu. Falta alguma renovação de conteúdo nas propagandas. Parece que a criatividade está chegando ao seu limite, se é que isso existe... Mas não podemos negar que algumas coisas estão a caminho, e a campanha que inicia-se na TV e extende-se nos veículos de comunicação da internet já começam a fazer parte do roteiro dessa turma. As mídias sociais estão ganhando força aos poucos, e por serem muito segmentadas e de públicos muito específicos, precisam ser bem mais pensadas do que um simples tiro de escopeta no horário nobre das novelas...

    Grande abraço!

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  4. Ah, Taia, que pena que não linkei as campanhas alí no texto pra você ver. Mas vou colocar mais tarde e poderá assistí-las, ok!

    E sobre Fumiga, espero que minhas idéias desatadas não sejam apenas loucuras vans e possam ter te ajudado a observar com atenção a sua turminha, rsrsrs. Sei lá, vai que tenha algum nexo tudo aquilo...

    Beijos!

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  5. Adriano, percebi que estou precisando assistir TV aberta para poder conhecer os comerciais. Não assisto TV aberta há um tempo enorme, mais de uns 2 anos. Nem sei o que se passa na "realidade" do país.

    Abraços

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