segunda-feira, 13 de julho de 2009

Aprenda a parecer um profissional de sucesso, mesmo sendo apenas mediano, com C.A. Parreira

A vida nos prega peças, e como diz o velho ditado: em terra de cego, quem tem olho é rei. Vou escrever aqui algumas coisas de minha própria cabeça que certamente serão contestadas por muitos. Com dados históricos obtidos na Wikipédia.

Carlos Alberto Parreira é formado em Educação física pela Escola Nacional de Educação Física e Desportos, no Rio de Janeiro, onde em 1966, começou sua carreira como Preparador Físico do São Cristóvão de Futebol e Regatas. Parreira trabalhou em uma série de clubes pelo Brasil e pelo mundo, e suas passagens mais marcantes foram no Fluminense (seu time do coração), em 1984, quando o clube conquistou seu primeiro título do Campeonato Brasileiro e em 1999, quando ajudou na recuperação do clube com a conquista da Série C do Campeonato Brasileiro. Além do clube carioca, Parreira também fez história no Corinthians em 2002, quando foi campeão da Copa do Brasil e da última edição do Torneio Rio-São Paulo.


Mesmo com passagens vitoriosas por clubes brasileiros, foi após a conquista da Copa de 1994, com a Seleção Brasileira, que Parreira obteve reconhecimento e prestígio internacionais, que renderam-lhe diversos convites e propostas de trabalho no exterior, abrindo portas num mercado até então muito pouco explorado. E foi aí que sua carreira decolou. Dirigiu Valencia CF (Espanha), São Paulo FC, Fenerbahçe (Turquia) e MetroStars na recém-iniciada Major League Soccer, clubes onde não conquistou títulos.

Mas o maior sucesso foi com seleções nacionais. Conquistou vários torneios asiáticos com as seleções do Kuwait e da Arábia Saudita, além da Copa América 2004 e a Copa do Mundo de 1994 pela Seleção Brasileira. Atingiu ainda a notável façanha de classificar quatro seleções nacionais diferentes e disputar cinco Copas do Mundo (Kuwait - 1982; Emirados Árabes - 1990; Brasil - 1994 e 2006; Arábia Saudita – 1998). Embora essa marca não seja recorde (já que Bora Milutinović levou cinco países à competição), são resultados bastante expressivos para um profissional até hoje bastante contestado pelos críticos do esporte e, principalmente, pela exigente torcida brasileira.

Agora analisando sob o aspecto de desempenho, Parreira é extremamente questionável. Seu maior feito com a seleção de 94 foi conquistado a duras penas, quase confrontando uma nação inteira para convencer-se a convocar Romário para o ataque. Sua passagem pelo tricolor paulista em 1996 foi patética, além de sua direção na seleção Brasileira na Copa da França, cujo prejuízo na economia brasileira (o país fecha literalmente na hora dos jogos) deveria ser considerado "crime contra o patrimônio nacional". Aquela seleção foi, no mínimo, uma piada de mau gosto... o homem não tinha motivação sequer para gritar com seus comandados na beira do gramado, certamente em estado de alfa, com sua vida extra-corporal longe dos estádios.

Sua presença na seleção Sul-africana não agregou em nada ao futebol local, a não ser no âmbito social, que teve seus altíssimos rendimentos duramente questionados pela população. Sua recente passagem pelo Fluminense certamente fizeram seus fãs desistirem de apoiá-lo. Nem o mais fanático poderia manter-se em pé diante de um time tão apático e disforme, cujo comandante era ninguém menos que Parreira, com seu status e sua torcida pessoal pelo clube.

Mas fica uma questão: como é que se mantém o respeito do nome com uma história tão mediana profissionalmente?

Parreira carrega consigo alguns adjetivos que poucos conquistaram em nossa história recente: ele é idôneo, inspira confiança, seriedade, sabedoria, humildade e verdade. Parreira fala bem, com convicção, é persuasivo, calmo e moderado nas colocações. Tem formação superior conquistada numa época em que isso não era para qualquer um no Brasil, onde ainda se ensinava cidadania e respeito, mesmo que muitos não a praticassem.

Parreira é amante da arte, dedica-se à pintura e é perseguidor da sabedoria, um pesquisador. Escreveu em 2006 o livro "Formando equipes vencedoras", pela editora Best Seller, que teve a infelicidade de ser lançado após o fiasco na Copa do Mundo. Erro tático de marketing... Parreira é amante da família, e tem nela seu maior patrimônio.

Então, Parreira é isso. Um dos profissionais mais bem sucedidos pessoalmente no Brasil, acumulando fortuna e respeito, mesmo sendo tecnicamente questionável.

Minha leitura pessoal dessa história é: Para ser uma pessoa de sucesso, não é requisito obrigatório ser um vencedor...

4 comentários:

  1. Quando me formei Técnico, ele foi um dos Preceptores do Curso. Homem de conhecimento tático invejável, mas na prática vc explanou bem, pouco ou nada acrescentou aos Times que dirigiu. Hoje, ele é um técnico ultrapassado, refém de seus amores pela cultura, pintura e etc.....Porque de futebol, ele precisa se reciclar, e muito!

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  2. Nano,de todos os clubes que vi o parreira treinar,clube não seleção,o unico que me encheu os olhos foi o Fluminense de 84 do resto eram todos clubes normais,com futebol bem retrancado e explorando os contra-ataques,no qual ele é especialista.

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  3. Bom texto Nano, a sua conclusão é ótima...Mas ainda gosto do Parreira, ele me transmite tudo aquilo que vc escreveu.. talvez sua imagen serena e tranquila me cative mais do alguem cuspindo horrores contra tudo e todos.

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  4. Nano,discordo de vc apoiado nas seguintes constatações.1)Sucessos e vitórias sempre andaram juntos. 2)Currículos e fortunas pessoais podem ser questionados.3)Parreira é uma grande obra do marketing,principalmente após a escalada do Flu que passou da terceira a divisão principal do futebol brasileiro de forma aceleradíssima.4)Uvas boas,bem trabalhadas dão bons vinhos.5)Escrever um livro é uma dádiva,ser interpretado por depoimentos passionais é terceirizar idéias.Abs!!!

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