quarta-feira, 28 de outubro de 2009

O mercado de trabalho não perdoa os "mau pagadores"

Estive participando de um fórum iniciado por Lucia Helena Sabia Bassit a respeito das dificuldades que profissionais têm de voltar ao mercado de trabalho como contratados após terem aberto o negócio próprio e não obterem sucesso. Nesse caso, muitos vão à falência ou têm seus nomes registrados no SERASA e no serviço de proteção ao crédito, o que torna um fator complicador na hora de conseguir um novo emprego.

Vou postar aqui o depoimento de um companheiro de debate a esse respeito, preservando sua identidade.

RR: "Pessoal, acho ótimo que a grande maioria aqui pensam que não há problema na recolocação de um profissional como o amigo da Lucia pois é exatamente esse o meu problema e o SERASA e o SPC já acabaram com várias possibilidades de emprego que tive nesses últimos 2 anos... eu trabalhei muitos anos em indústrias de autopeças e sempre com carreira ascendente e resultados obtidos, metas, premios, etc... porém acabou e resolvi entrar para o ramo de vendas de máquinas e equipamentos de produção que eu mesmo já sabia que tem um tempo de maturação longo antes de começar a receber algum dinheiro ou seja é um investimento a longo prazo... só que descobri que vender não é fácil, fui tentando aqui, ali, visitei mil empresas concluí pouquíssimos negócios... aí veio a crise... fui para no SERASA e SPC e a partir daí nem chamam mais para entrevistas, ou melhor até chamam... te colocam na frente de uma estagiária de RH e a primeira coisa que te perguntam é seu CPF e.... adeus oportunidade... nem lhe dão a chance de ser sincero e humilde como mencionaram acima...simplesmente te esquecem... não sei mais o que fazer....alguém aí tem uma dica salvadora?"

Baseado nessa colocação gostaria de saber por que ter o nome no SERASA e serviço de proteção ao crédito desabona o profissional no momento da contratação? Não se trata de um enquadramento esteriotipado de que "esse aí é caloteiro", com uma conclusão antecipada e maledicente de que o profissional não é de confiança, e consequentemente um julgamento preconceituoso? Alguém porventura nunca enfrentou o desemprego com compras a prazo ou financiamentos na carteira, que consequentemente atrasaram para dar lugar às necessidades básicas da família?

Esse nosso Brasil é engraçado em alguns aspectos, e o principal deles é a falta de uma segunda chance para quem erra. Aqui o ladrão sempre será ladrão pois é discriminado após a reclusão, não consegue emprego e volta a ser ladrão... quem entrar em dívida e tiver seu nome relacionado no cadastro dos "mau pagadores" só voltará a trabalhar através da influência de alguém, pois com as próprias pernas não conseguirá ir muito longo, como demonstrou o RR...

É hora de rever nossos valores.

3 comentários:

  1. E por outro lado os grandes ladrões estão sempre na crista da onda sendo perdoados, né isso que vemos e tudo termina em pizza. Já um trabalhador que está no serasa por não ter pago uma dívida, e se está procurando emprego parece evidente que foi parar no serasa por não ter podido pagar e não por ser desonesto, já que em sendo desonesto talvez fosse fazer outras coisas e nõ procurar emprego, esses não tem chance, estranho mesmo. Eu não sabia que as empresas procuravam informacões no serasa ao tentar contratar um funcionário, essa foi nova, até antecedentes criminais eu entendo, mas...

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  2. Pois é, Luciana, mas para sua surpresa a coisa é mais estranha do que parece, pois a lei não permite mais exigir informações de antecedentes criminais. Consulta no SERASA as empresas fazem simplesmente sabendo o seu CPF, mas o registro de antecedente criminal só você pessoalmente pode requerer no Fórum. Assim, se a empresa contratante te pedir para trazer esse documento, você vai lá e já abre uma queixa contra o contratante, e antes de ser admitido já ferra com o ex-possível-patrão, KKKKKKKKKKKKKK

    Esse é o nosso Brasilzão!!

    Abraços!

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  3. Oi amigo.... passando só para dar um oi, correndo muito. Hoje foi meu dia: Do funcionário Público, mas não deu para quase nada... hehehe
    Um abraço

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