sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Síndrome de Rivaldo: um grande craque será um grande dirigente?

Já tem alguns anos que, trabalhando frente a lojas de departamento e supermercados, percebo um vício do RH das empresas: promovem funcionários ótimos e de confiança para cargos de liderança.

Também existe um erro de ótimos líderes que surgiram a partir de uma função primária, e hoje não se conformam em ver que 99,9% das pessoas não teem qualidades iguais às suas para chegarem onde ele próprio chegou.

O erro está em não avaliar ou preparar adequadamente as pessoas para assumirem um cargo de liderança, que é muito diferente da antiga função de realizar com destreza e dedicação seu trabalho braçal.

Comandar pessoas é mais difícil do que ser domador...

Rivaldo voltou às origens, à sua terrinha querida, ao time que o lançou ao futebol nacional e internacional, o Mogi Mirim, como presidente. Esperava trazer sua experiência de jogador bem sucedido e formar um grande time, com pessoas comprometidas em campo, com sonhos e com a ambição de aparecerem chegando à Europa um dia com a estrela de Rivaldo.

Estamos na décima rodada do paulistão 2009, e tudo o que o Mogi Mirim conquistou foi 01 vitória, 02 empates e 07 derrotas. Seus jogadores não brigam por vitória em campo com a mesma vontade com que brigam para melhorar seus salários e renovação dos contratos. E Rivaldo, com sua habilidade gerencial, após sofrer críticas da torcida e da imprensa, acaba de colocar a presidência à disposição.

O que o ex-craque não esperava é que pessoas são pessoas, suscetíveis às suas necessidades, ansiedade por status, e auto motivação formada pela expectativa de um time dirigido por Rivaldo e com Giovanni no ataque.

Rivaldo está frustrado, pois sonhava ver um elenco com a mesma raça e determinação que ele nos tempos do Carrossel Caipira. Cometeu o mesmo erro de achar que seu exemplo seria parâmetro para os demais, para fazer um time vencedor com pelo menos alguns “Rivaldos” em campo.

Que sirva de exemplo para ídolos como Rogério Ceni, Zico, e por que não lembrar de Dinamite no Vasco... esse já chegou onde queria. Um grande craque e ídolo da torcida dentro de campo irá tornar-se um dirigente vencedor?

Como disse o filósofo Romário ao ser cortado da seleção de Zagallo em 1998: treinador não serve pra nada, quem ganha jogo é jogador...

Um comentário:

  1. Pois é, Nano. Exceto pelo Beckembauer, raramente um jogador famoso dá certo como presidente de clube. Mas ainda acho que o Dinamite, no Vasco, é melhor que o Eurico Miranda - os vascaínos contrariam isso porque quando a pessoa se acostuma a ficar doente, sua doença vira uma rotina sua. Espero o sucesso de Rivaldo - mas ainda acho que ele deveria presidir aqui no Brasil, porque lá do Uzbequistão é dose...

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